Doença descompressiva: entenda o que é e como acontece condição que resultou na morte de turista em Fernando de Noronha

  • 18/10/2024
(Foto: Reprodução)
Empresário mineiro viajava com a família e realizou mergulho autônomo a uma profundidade de 62 metros, para conhecer naufrágio da Corveta Ipiranga. Ele apresentou sintomas da doença após retornar do passeio. Bruno Jardim de Miranda Zoffoli tinha 43 anos e morava em Minas Gerais Reprodução/Instagram Um mergulhador de 43 anos morreu em Fernando de Noronha, na terça (15), por doença descompressiva, depois de realizar um mergulho com cilindro a uma profundidade de 62 metros. Bruno Jardim de Miranda Zoffoli chegou a ser encaminhado para uma emergência, mas faleceu após uma parada cardiorrespiratória. ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE Para entender melhor o que é a doença descompressiva e como ela pode levar uma pessoa à morte, o g1 conversou com o neurocirurgião Jefferson Sousa, diretor do Grupo de Neurocirurgia do Recife (Gruner). Confira a seguir o que se sabe sobre a doença descompressiva: O que é a doença descompressiva? Como acontece? Quais os sintomas? É possível evitar? Como reverter um quadro de doença descompressiva? O que é doença descompressiva? A doença de descompressiva acontece especialmente com mergulhadores e é provocada pela formação de bolhas no sangue pelo excesso de nitrogênio ou outro gás utilizado nos cilindros de oxigênio. De acordo com o neurocirurgião Jefferson Sousa, esses gases não interagem com o organismo. Eles são utilizados nos cilindros para simular o ar que normalmente respiramos, que é misturado com outros elementos, além do oxigênio. Mas, como a pressão no fundo do mar é bem maior que na atmosfera, os gases passam para o estado líquido e se dissolvem no sangue. “Há uma liquefação desses gases e eles se dissolvem no sangue e nos tecidos humanos. Quando se retorna para pressão normal - no caso, para a pressão mais baixa - esses líquidos voltam a ser gases e formam bolhas no sangue. Essas bolhas se juntam provocando êmbolos que vão se alojar em órgãos e até mesmo no cérebro. Então a pessoa acaba tendo falência de órgãos por conta da pressão”, explicou Jefferson Sousa. ⬆️ Voltar ao início desta reportagem. Como acontece? Ainda de acordo com o médico Jefferson Sousa, como os gases inertes não interagem com o organismo, eles não causam nenhum mal. O processo de formação de bolhas é normal na liberação desses gases e, desde que não se acumulem, são liberados sem problemas pela respiração. A doença descompressiva acontece quando o retorno para a superfície é mais rápido do que a capacidade do corpo de expelir os gases sem que eles se acumulem. LEIA TAMBÉM Empresário, ex-secretário de obras e mergulhador com 10 certificados: quem era turista mineiro que morreu em Noronha Turista que morreu após mergulho estava em uma viagem de família, diz amigo Quando as bolhas se agrupam rapidamente, acontece um fenômeno chamado embolia - as bolhas no interior dos vasos ficam grandes o suficiente para impedir a circulação sanguínea de forma adequada. "No caso do mergulho, que é uma atividade esportiva, para cada profundidade e tempo, existem recomendações internacionais de um tempo de descompressão. Isso varia muito conforme a profundidade que você desce e o tempo que você permanece lá em baixo. Profundidades acima de 50 metros são consideradas grandes profundidades e vão exigir um tempo bem longo de descompressão", contextualizou o médico. ⬆️ Voltar ao início desta reportagem. Quais os sintomas? Segundo o médico entrevistado pelo g1, os principais sintomas da doença descompressiva são pressão baixa, desequilíbrio, desorientação, náusea e vômitos, sensação de flutuação e dificuldade para falar e caminhar. “Essas sensações são superficiais às vezes, mas elas traduzem que logo a seguir podem vir outros sintomas mais intensos, como a parada cardiorrespiratória, crises convulsivas e perda de consciência”, explicou. ⬆️ Voltar ao início desta reportagem. É possível evitar? A doença descompressiva pode ser evitada com o retorno gradual à superfície, obedecendo os padrões internacionais de mergulho, que levam em consideração o tempo de submersão e a profundidade. Também é recomendado que o mergulhador sempre esteja acompanhado por uma equipe treinada que seja capaz de identificar os sinais de complicações e para prestar os primeiros socorros. ⬆️ Voltar ao início desta reportagem. Como reverter um quadro de doença descompressiva? A doença descompressiva pode ser revertida com o uso de uma câmara hiperbárica, como a que foi utilizada pelo turista em Fernando de Noronha, antes de sua morte. Ela faz a recompressão do paciente e administra altas concentrações de oxigênio no corpo. "A câmara funciona mais ou menos como a pressão que é exercida durante um mergulho. A câmara hiperbárica faz com que você respire o oxigênio em alta pressão, fazendo com que esse oxigênio substitua gradualmente os outros gases. Dessa forma, você vai gradualmente fazendo a troca do nitrogênio por oxigênio e, aos poucos, o organismo vai se estabilizando", disse o neurocirurgião Jefferson Sousa. Câmara hiperbárica é de responsabilidade da ANEMA ANEMA/Divulvação ⬆️ Voltar ao início desta reportagem. VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias

FONTE: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2024/10/18/doenca-descompressiva-entenda-o-que-e-e-como-acontece-condicao-que-resultou-na-morte-de-turista-em-fernando-de-noronha.ghtml


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